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25 de set. de 2010

Anjo.

Era inevitável, eu não conseguirá deixar de olhar para Caio. Ele estava imóvel. Se eu não o conhecesse poderia jurar que era uma estátua.
Ele foi abaixando os seus braços, ele estava desistindo. Seus olhos estavam fora de foco, sem expressão, sem vida.
Deixando que o peso do seu corpo fosse para seus joelhos, Caio se ajoelhou e socou o concreto.
Eu observava as gotas da chuva fazendo efeito em seus cabelos e suas asas.
Pisquei varias vezes para afastar as lágrimas que estavam prestes a sair, mas não consegui.
Caio era relutante. Mas seus esforços haviam sido em vão. Não havia pelo o que lutar.
Nós estávamos presos na mesma batalha.
Eu havia sido expulsa do céu.
Eu literalmente era um anjo caído.
E Caio tinha recebido a ordem de me matar.
Mas como se pode matar uma pessoa quando se a ama mais do que qualquer outra coisa?
Caio havia desistido... Por mim.
Foi quando me vi desistindo de tudo, mais uma vez, e me jogando ao seu lado.
Segurei seu rosto fazendo com que ele olhasse para mim e o beijei.
- Se você deve fazer. Então faça. Depressa!
A expressão de Caio foi mudando lentamente. Ele estava sorrindo. Parecia calmo. Fui sentindo o seu peso sobre minhas mãos, e caindo lentamente.
- Caio!- Gritei.
Olhei para baixo e vi. Caio havia se matado. Matar um anjo não era fácil. Não para os humanos. Os anjos preferiam não saber das maneiras de matar uns aos outros, mas Caio já estava no ramo a muito tempo, a muitos anos, a muito séculos. Ele renegou a sua ordem. Caio... Se sacrificou, para me manter a salva.
- Por que? - Eu disse aos prantos.
- Você sabe o porque. - Sua voz estava baixa, era quase um sussurro. Mas ele continuou. - Porque eu te amo Lucy.- Tentei sorri e ignorar o fato de que aquilo havia acontecido. Tentei controlar o choro e não imaginar meu futuro sem Caio.
Caio se sacrificou, então ele voltaria como um humano, ele não poderia ser mais um anjo, mas poderia ir para o paraíso. Já eu vagaria pela terra na esperança de encontrar Caio por ai.