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19 de set. de 2011

Que seja simples / O Poeta e a Cega - Parte 17



Anna se revirou na cama. Ela tentou esticar os braços mais eles estavam doloridos, então ela riu. Mathew dormia de forma escandalosa. Um braço para um lado, as pernas para outro. Sua sorte era que ele não roncava.
Ela se levantou e puxou o lençol para cobrir seu corpo. O cabelo estava horrivel. Todo bagunçado. Mais ela se sentia bem. Soltou o lençol e deu uma olhada no corpo. A barriga dela estava tão grande. Parecia já não ter mais para onde crescer. Os cabelos também... Eles cobriam seus seios e chegaram a bater na cintura. No seu braço direito havia uma mancha roxa. Ela se virou para poder ver direito. Era exatamente a forma de um dedo.   Ela riu. E decidiu tomar um banho. Lavou seus cabelos com delicadeza e logo se sentia nova em folha.
Escolheu um vestido azul claro que era longo. Secou seus cabelos e fez uma longa trança. Perfeita. Intacta. Assim como sua mãe a ensinava quando era pequena. Colocou brincos e aneis e de repente, encarnou o papel que seu pai tanto queria. A querida da sociedade.
É claro que ela sabia se vestir. Depois de tantas aulas de moda que ela teve. Podia com certeza acertar algumas combinações.
Se lembrou do kit de maquiagem completissimo que seu pai havia lhe dado e resolveu "tentar" usar. Sempre quis usar aquelas maquiagens perfeitas, embora soubesse passar e tudo mais. Sentia receio de "manchar" a pele.
Usou um brilho básico nos olhos. Contornou os olhos com lapis marrom e chamou atenção para os cilhos que ficaram perfeitos. Na boca foi apenas um gloss. E completou o novo look, ou melhor, a nova Anna, com um perfume comprado ali mesmo no Brasil.
Quando ela terminou Mathew estava encostado na porta. Também com o cabelo bagunçado, mais molhado. Nem havia percebido que ele tinha saido.
- Uau. Você esta linda.
- Obrigada. E desde quando você aderiu a moda rock n roll?
- Camufladamente... Ela sempre esteve aqui. - Mathew usava calça jeans surrada. Uma camiseta do Led Zeppelin e o cabelo loira bagunçado.
- É sexy! - Ela disse.
- Obrigada. - Ele se aproximou dela e o cheiro de colonia pós-barba a atraiu.
- Te ver sem a pose de bom moço chega a ser assustador.
- Quer que eu a assuma de volta?
- Não... Eu gosto assim. - Ele sorriu e a beijou. Pegaram o elevador e se encontraram com Victor num restaurante. Ele estava lendo um jornal. Assim que ele ouviu passos se aproximando, ele abaixou o jornal lentamente e deu uma olhada por cima.
Assim que os viram chegando de mãos dadas, ele dobrou o jornal e pôs sobre a mesa. Anna riu.
- O que houve pai?
- O que significa isso? - Ele perguntou apontando com a cabeça para as mãos entrelaçada dos dois.
- Somos casados. - Ela disse.
- De mentirinha. - Por algum motivo ele sussurrou e os dois riram.
- ... Talvez. - Ela respondeu com outro sussurro. Victor não pareceu ter gostado de ver Anna e Mathew juntos. Mais não falou nada depois disso.
Elogiou sua filha e perguntou qual era a do estilo "garoto de rua" de Mathew. Depois disso todos eles foram ao cinema.
Anna comprou um celular e algumas roupinhas para sua filha.
- Mila. - Ela disse por fim.
- Mila? - Exclamou Victor.
- Mais Mila? - Insistiu Mathew. Anna riu. Por Deus. O nome era tão lindo.
- Siiiiim. Mila. Minha Mila. E aceite de vez pai e a aceite de vez Mathew. Esse é o nome da nova mulher da vida de vocês. - Com um suspiro os dois cederam.
Anna tomou três taças de sorvete enquanto Victor e Mathew faziam aposta sobre o quanto ela comeria.
Victor fora embora mais cedo. E já a noite Anna e Mathew decidiram ir embora.
- Mais antes... - Ele disse. - E tirou de dentro no bolso uma caixinha. E dentro dela havia um colar escrito em ouro "Anna" e um pequeno coração vermelho. Ele era lindo. Ele era tão lindo.
- Mathew... Eu... Eu... Eu não sei o que dizer. - Ele sorriu e tirou o colar da caixa e com delicadeza colocou em Anna.
- Não precisa dizer nada. - Então ele a  beijou. - Eu te amo, Anna. Eu te amo tanto. E ontém foi o melhor dia da minha vida. - Cansada dos circulos que fazia na sua vida. Já havia algum tempo que ela já estava com  Mathew. Ele fazia bem e ela e ela... Ela o amava. Da forma que fosse. Meio maluca, meio torta, assim mesmo... Mais o que importava era que ela o amava.
- Eu também te amo. - Ela disse. - Muito.

Continua...

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