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10 de ago. de 2011

Em Você / O Poeta e a Cega - Parte O7


Os beijos foram se tornando algo mais intenso. As mãos de Peter dançavam embaixo da blusa da Anna. Ela pensou em se afastar mais logo mudou de idéia.
Peter se atrevia, puxava a blusa de Anna na intenção de tira-la, rasga-la, o que fosse. E Anna apenas o seguia.
O cabelo de Anna havia se soltado, grudava no corpo dela junto com o suor, junto com o desejo. A respiração descompassada de Anna arrancava alguns risos de Peter.
- Vamos subir? - Ele perguntou.
- Não Peter, acho melhor pararmos, isso já foi longe demais.
- Não... - Ele disse e a pegou no colo. - Não foi não. - Ele a levou para o quarto e a beijou. Tirou sua blusa e em seguida a de Anna.
O mundo lá fora já não importava, já não existia. Eles ficaram ali o dia todo. Dormiram juntos e fizeram tudo que podiam juntos. Anna não se sentia sozinha, sempre que Peter saia ela se divertia com Rain.
Peter havia deixado amostras de seu trabalho em muitas editoras e sempre antes de dormir ele recitava algum de seus poemas para Anna. "Você me inspira, Anna" Ele dizia. E sempre que ela se lembrava das palavras bem formuladas dele ela sorria.
Teve um dia que Anna estava tomando banho e Peter havia saido, assim que ela saiu do banho e se secou Peter chegou e a fez tomar banho outra vez com ele. Eles se davam bem, brigavam por besteira mais logo reconheciam isso e pediam desculpas. Enquanto estavam deitados na cama, no quarto de Anna, Peter disse:
- Uma editora resolveu publicar o meu livro de poemas.
- Isso é ótimo, Peter!
- É... Hum...
- O que foi? Você não parece ter gostado, não era tudo que você queria? - Ele sorriu.
- Digamos que meus planos mudaram.
- Por favor, Peter... Diga coisas desse tipo. Não se desiste de um sonho.
- Anna... Eles querem que eu vá para Los Angeles. - Anna engoliu a seco.
- Los... Mais... Por que?
- Querem publicar meu livro lá... Mais eu não vou.
- Não posso te pedir pra ficar, Peter.
- Nem me obrigar a ir. - Anna se virou e ficou deitada de costas para Peter. Ele tentou a abraçar, mais ela se afastava, sabia que se continuasse tentando ela sairia dali.
Os dois acabaram dormindo. Não conversaram até o jantar.
- Anna eu já disse que eu não vou.
- Você não está pensando no futuro.
- Eu estou pensando em você, Anna. Que droga! Isso não basta?- Peter havia perdido a paciência. Era tanta coisa pra pensar, era tanta coisa a fazer e ele não podia simplesmente a deixar sozinha. Mesmo que ela quisesse, mesmo que ele quisesse. Ele já estava tão envolvido com Anna, que doía pensar em deixa-la, era inevitável.
- Não, não basta. Você tem que viver, Peter. Vai se trancar aqui e viver cuidando de mim? Eu também não quero isso.
- As vezes parece que você não me quer com você.
- Eu te quero comigo, Peter. A tempos não me sinto tão feliz. Mais você não pode perder essa oportunidade. Por favor, diga que vai aceitar.
- Tudo bem, Anna. - Ele concordou não muito feliz, mais Anna também não ficou, depois de ter conseguido que Peter aceitasse ir para LA agora ela devia se preparar para o adeus. E muito mais doloroso que um adeus inesperado, é um adeus esperado. Porque ela acreditava que a dor do adeus inesperado ela sentiria depois.
- Vem cá. - Ele disse e a puxou para um beijo. - Você acha que é cedo para dizer que eu te amo?
- Acho.
- Ainda bem que eu não me importo. Anna, eu amo você.
- Psiiiu. - Ela sibilou e o beijou. Na verdade o que ela queria mesmo era fugir do assunto. Era certo que ela o amava, mais se ela dissesse talvez o fizesse desistir de Los Angeles. Então ela ficou em silencio.
"Eu também amo você, Peter. Inconseqüentemente" Ela pensou e o abraçou... Antes que ele pudesse ir.

Continua...