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20 de dez. de 2011

A mudança / O Poeta e a Cega - Parte 19

Chegando em casa Anna tentou descansar, mais se levantava o tempo todo para conferir se Milla estava bem. Ela não reparou, mais perdia a fome, comia muito mal. Chegava a tomar apenas um copo de leite no dia. Milla precisava de se amamentar, mais ficava cada vez mais dificil, Anna mal reproduzia leite e se recusava em deixar Milla beber o leite de uma mulher desconhecida.
- Anna, por favor, seja racional. Você não está em condições de amamentar a Milla. - Dizia seu pai enquanto Mathew a examinava.
- Não estou em condições de ouvir vocês, me deixem sozinha. - Ela dizia.
- Não. Já pedi para Alfred ir buscar algumas vitaminas para você. - Disse Mathew. Anna achou mais divertido revirar os olhos e tentar se lembrar quem era Alfred.
As vitaminas chegaram, e como Mathew era medico ele cuidava dela com toda atenção. Passou a comer reguladamente, de três em três horas e a caminhar nas horas vagas.
Se sentindo muito cansada em uma dessas caminhadas, Anna resolveu voltar para casa mais cedo. Chegou e foi direto tomar um banho. Percebeu que ninguém havia notado sua chegada ali, então foi trocar de roupa antes de descer para comer alguma coisa.
O quarto de seu pai estava todo desarrumado. Algumas roupas estavam dobradas encima da cama e outras espalhadas com gosto no chão.
Procurou pelo seu pai no andar de baixo e o encontrou no jardim falando ao telefone, ela não se aproximou muito, mais pode ouvir ele dizendo sobre Peter. Seu pai estava soando e ria sem graça, algo de bom com certeza não era. Anna se aproximou mais um pouco e congelou. A mãe de Peter, a tia Clara havia falecido hoje de manhã. Voltariam o mais rápido possivel, e isso já estava sendo organizado.
Anna sentiu falta de Mathew, na verdade sentiu falta de um abraço amigo, e ela tinha isso com Mathew. Então foi procurar por ele, e o encontrou no quarto de Milla.
Os dois estavam dormindo. Milla estava deitada no peito de Mathew, que estava com a cabeça encostada desconfortavelmente no berço.
Anna pegou Milla e a colocou no berço com cuidado. Depois sentou no colo de Mathew e o abraçou. Ele acordou assustado por não saber o que estava acontecendo, e se acalmou por completo ao ver que quem estava ali era Anna.
Ela não sentia o que ele sentia por ela. Isso era obvio. Mais eles eram tão compatíveis, quase como almas gemias. Mais as coisas não são faceis como parece. Quero dizer que... As coisas nunca são faceis. Pode ser que aconteça com você de ser completamente apaixonado por alguém que ama outra pessoa. Ou que apenas te considera como amigo. Essas coisas acontecem... E quando acontecer, espero que você esteja preparado. Espero que você seja forte. Porque amor não correspondido machuca muito, toma muito do seu tempo. Toma muito de quem você é.
 * No outro dia viajaram de volta a Europa. Mathew sentiu medo a viagem inteira, não pelo voo, ou pela altura. Sentiu medo de voltar e perder Anna. Sentiu um medo tão imenso e devastador que sentiu seu coração inchar. Sentiu sua boca ficar seca e suas mãos tremulas. Ele sentia medo de perde-la, mais ao mesmo tempo ele se perguntava:"Como posso perder algo que nunca me pertenceu?"
Fingiu estar bem o tempo todo. Fingiu ser apenas o medico contratado para cuidar da saúde de Anna, e antes fosse só isso. Antes fosse tudo isso um sonho. Mais não era, era o pior tipo de realidade... E ela precisava ser encarada.

Continua...

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